quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Windows 7 chega com a missão de emplacar no mercado

A Microsoft lança seu novo sistema operacional e busca recuperar a confiança do mercado corporativo.
Com o lançamento mundial do seu novo sistema operacional, à meia-noite desta quinta-feira (22/10), a Microsoft pretende usar a força do cabalístico número 7 para espantar fantasmas do passado. Esses vultos atendem por um nome: Windows Vista. Vagaroso e com problemas de compatibilidade, ele foi considerado pela própria companhia como o seu produto “menos bom”.
Agora, como o agente secreto 007 James Bond, o novo sistema operacional da Microsoft Windows 7 terá “licença” para lutar contra a ameaça do Google e do software livre, além de quebrar a desconfiança gerada pelo seu antecessor, o Windows Vista.
Apesar da hegemonia da base instalada em PCs ao redor do mundo, a posição da gigante do software não é confortável. Depois que abaixar a fumaça do show pirotécnico do marketing de estréia, o Windows 7 terá árdua missão: recuperar o prestígio do sistema operacional que um dia revolucionou a computação.
Para analistas de mercado, esta pode ser uma das últimas cartadas de um jogador experiente que queimou o trunfo na rodada anterior. “Estamos às vésperas de uma mudança de paradigma computacional”, alerta Fernando Meirelles, coordenador da 20ª Pesquisa Anual do Uso de TI, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“As empresas estão desconfiadas”, diz Meirelles. “Antes de migrar para o Windows 7, o mercado quer verificar se existem problemas de compatibilidade com os programas existentes, se a migração física para o novo sistema é complexa e se a instalação vai resolver os problemas de segurança de um ambiente cada vez mais conectado e exposto.”
A percepção do usuário será o fiel da balança. Por essa razão, a maior software house do planeta tem tratado com atenção redobrada seus clientes corporativos. De qualquer forma, os analistas de tecnologia recomendam neste momento uma postura sóbria.
Aos mais eufóricos, aconselha-se o comedimento. Não se troca de sistema operacional como quem muda de camisa. A operação estaria mais próxima da troca da turbina de um avião em pleno vôo. Exige-se máximo cuidado, uma dose extra de cautela e muito know-how.


Migração
O vice-presidente e diretor de pesquisa do Gartner Research, Mike Silver, atendeu à reportagem da Computerworld por telefone, em seu escritório em Stanford, Connecticut (EUA). O especialista recomendou que é uma boa estratégia esperar cerca de seis meses para começar a implantação do Windows 7, depois que os fornecedores de aplicativos já tiverem feito testes de compatibilidade na nova plataforma.
“As empresas precisam realizar um planejamento de 12 a 18 meses, a partir do lançamento do Windows 7, até começar a migração de suas operações críticas”, aconselha Silver. “É preciso muito cuidado inclusive com o que mercado considera um marco: o oferecimento do primeiro pacote de correções, o Service Pack 1 (SP1). Não se pode planejar uma instalação total dele numa empresa a partir dessa versão”.
A palavra de ordem é, pois, cautela. A experiência (boa ou má) dos chamados “early adopters” servirá para pautar o mercado. Empresas como a operadora de telefonia Vivo estão testando o produto desde fevereiro, quando receberam da própria Microsoft três notebooks de 1,26 GHz e 512 MB de memória com a versão mais atualizada do Windows 7.
A partir daí, o novo sistema operacional foi sendo instalado em várias estações. Hoje são cerca de 170 máquinas, em áreas de tecnologia, e 30 em outros departamentos. “Continuaremos a migração durante 2010”, revela Rafael Ferreira Filho, gerente da divisão de sistemas da Vivo, sem se comprometer com prazos de instalação. Afinal o parque da operadora é complexo. Inclui cerca de 13 mil computadores, espalhados por todo o País.


Tratores
O Grupo Hidrau Torque, especializado na fabricação e distribuição de peças para tratores, possui uma base instalada de 250 PCs (50 deles rodando Windows 2000 e o resto com XP instalado) e 15 notebooks (12 funcionam com XP e três, com Vista).
A empresa, que no ano passado faturou cerca de 110 milhões de reais, está pensando em fazer a migração para o Windows 7 de uma maneira paulatina e segmentada. Desde julho, a Hidrau vem testando um notebook Dual Core de 1 GigaHertz de memória e HD de 160 GB, com o Windows 7 instalado. A máquina foi colocada para trabalhar junto com as demais.
“Tivemos de experimentar, por exemplo, se o Windows 7 era compatível com o sistema de ERP proprietário desenvolvido em Delphi e que roda em um servidor SQL Server”, informa Adilson Fernando dos Santos, coordenador de infraestrutura e suporte do Grupo Hidrau Torque.
O cuidado de Santos é compartilhado por todos os administradores de tecnologia. Mas há empresas que, por suas especificidades, são obrigadas a atuar na vanguarda. É o caso da Programmers, um Golden Partner da Microsoft. Essa empresa de desenvolvimento possui 150 máquinas. Atualmente, existem 40 PCs com o novo sistema. “Teremos 80% do parque instalado migrado para Windows 7 até final do ano”, informa o diretor de tecnologia, Alexandre Mac Fadden.
Segundo ele, uma das vantagens será a aplicação do recurso de multi-touch, nativo no novo sistema operacional, e que permite usar comandos de toques em tela de uma maneira criativa e inovadora.







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